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Até que ponto devemos apostar no desenvolvimento e crescimento de nosso pais com base no etanol. Quantas áreas mais serão devastadas em prol da cultura da cana. Já podemos constatar que muitas áreas nobres de plantio, usadas para cultivo de outras culturas intimamente ligadas à nossa alimentação, estão sendo usadas para o plantio da cana.

Sabemos que a cana de açúcar é uma cultura que empobrece muito o solo e que é necessário fazer rotação da cultura para poder recuperar o mesmo. Isso não está sendo feito.

Além disso, ainda é permitido a prática das “queimadas” que é prejudicial ao solo e à biodiversidade.

Até hoje, plantamos para produzir o açúcar e o álcool para nosso consumo e parte para exportar. Com o aceno da dificuldade de acesso ao petróleo, pelo preço, pela escassez e pela dificuldade de acordos, os países do primeiro mundo voltam os olhos para o Brasil para adquirir nosso álcool “barato” para suprir suas necessidades energéticas.

O Brasil já investiu muito e tem alta tecnologia, tanto no processo de cultivo da cana desenvolvido pelas nossos institutos de pesquisa, como a Embrapa, como também na produção de álcool e açúcar.

Não podemos permitir que nossas terras sejam esgotadas em benefício do desenvolvimento de outros países, pois, com certeza, se não houver uma vigilância constante na utilização das terras brasileiras, muito mais vai ser devastado. E a devastação até o momento não foi pequena.

Aumentar a produção e vender nosso álcool, com certeza vai abrir muitas frentes de trabalho no campo. Contudo, há de se empenhar mais no desenvolvimento da agricultura familiar, importante para a fixação do homem no campo.

Não podemos apostar tão somente no biocombustível, para crescer. Há outras alternativas e devemos por em prática.

Sem muita euforia, precisamos amadurecer o nosso processo de desenvolvimento. Desenvolvimento sustentável. E deixar um bom legado para nossos filhos.

José Cláudio Hofling